O que personagens como Robocop, Tao Paipai e Dr. Maki Gero de Dragon Ball, Megaman, Gray Fox, Olha Gurlokovich e Raiden de Metal Gear Solid, Inspetor Bugiganga e os personagens Cyrax, Sektor, Smoke e Hydro de Mortal Kombat têm em comum? Todos eles são ciborgues. Bom isso você talvez até já sabia, mas e o que são ciborgues?

Como o nome já denuncia, ciborgue é a junção de Cyber + Organism, ou seja, técnica e teoricamente é a junção de um corpo biológico, uma vida natural, convivendo em perfeita sintonia com componentes eletrônicos. Partindo deste princípio, um corredor paraolímpico é um ciborgue, certo? Se levarmos ao pé da letra, sim, porém, ciborgue se refere a um ser humano como os que veremos abaixo, que adquirem "funcionalidades" que vão além das funções básicas e humanas, como caminhar, mover as mãos, etc. Um ciborgue pode, por exemplo, enxergas coisas que não vemos com um "simples olho humano", no entanto, diferentemente do Robocop e dos costumazes exemplos  da telona, os ciborgue de hoje em dia estão entre nós e talvez nem percebamos.

O biohacking - como é chamado o movimento - começou rudimentarmente e da mesma forma que muitas outras revoluções tecnológicas, tais quais o computador, os apps, as redes sociais, etc.: através da curiosidade de jovens e testes na garagem de suas casas. Sim, muitos entusiastas do biohacking implantam chips sem cuidado algum. Um dos implantes cibernéticos mais simples que você pode inserir em seu próprio corpo é um chip de comunicação por proximidade que trabalham simultaneamente com as tecnologias RFID e NFC. Com este chip em seu dedo, mão, pescoço - ou onde mais você se arriscar a implantá-lo - você poderá destrancar a porta da casa sem chaves, utilizar como bloqueador da ignição de seu carro ou moto, etc. E essa são só algumas das ideias oferecidas pela empresa Dangerous Things, criadora do primeiro chip feito especialmente para ser implantado no corpo humano após uma campanha bem sucedida de financiamento no Kickstarter.

Gostou? O chip, que é do tamanho de um grão de arroz, já pode ser seu caso você desembolse exatos 99 dólares americanos no site da empresa. No kit você receberá ainda além do chip, seringa, luvas, curativo e até uma pequena dose de antisséptico.  

E caso você esteja se perguntando sobre os riscos, eu adianto: O chip da Dangerous Things é revestido por um vidro biocompatível próprio para implantes de qualquer espécie (e comumente utilizado no setor médico "profissional"). Sendo assim, é impossível que seu corpo rejeite o chip, fique tranquilo. O máximo de problemas que você terá com o implante será caso os materiais usados na aplicação não estejam bem esterilizados e isso lhe cause uma pequena infecção.

Ser rastreado, invadido, pegar vírus, etc. tem como? Não, acalme-se, primeiro: o chip não tem sistema de rastreamento, pois não tem GPS, ninguém poderá lhe rastrear; Quanto a vírus e malwares, lembre-se: o chip tem capacidade de armazenamento de 800 bytes, isso mesmo, menos de 1kb. Responda, você já viu ouviu falar de algum malware com menos de 1kb? Pois é.

E quanto à possibilidade de ele se quebrar dentro do meu corpo? Bom, essa, de fato existe, mas é bem pequena e não acontecerá por meios "naturais", a não ser que você bata muito forte, se sofre um acidente de moto ou algo do tipo.

E para finalizar o tópico sobre os riscos de um implante é necessário dizer que a Dangerous Things fez testes exaustivos com o chip e concluiu que ele é bastante resistente. O próprio fundador da empresa, Amal Graafstra, possui um chip em cada mão e afirma que eles continuaram bem, mesmo depois de alguns "acidentes graves".

Ficou curioso para saber como seria o implante de um chip desses? Eu também,portanto deixo, logo abaixo, um vídeo da aplicação de um chip. Confira abaixo e tire suas conclusões. Ao menos o procedimento é rápido.

Para saber mais a respeito, visite o site da empresa criadora dos chips, e, quem sabe, encomende o seu ainda hoje.

Outra prática muito comum entre os adeptos do biohacking é o implante de ímãs de neodímio nos dedos sem cirurgia ou qualquer tipo de procedimento mais complexo, bem ao contrário na verdade; os ímas são aplicados em casa mesmo. E caso você esteja se perguntando qual a real utilidade desse tipo de implante, eu explico: Segundo os relatos dos indivíduos, depois que o chip é implantado eles adquirem uma espécie de sexto sentido, permitindo que sintam os campos eletromagnéticos dos dispositivos eletrônicos que nos circundam diariamente.

O processo funciona da seguinte forma: A vibração do ímã em resposta a tais campos provoca uma pequena coceira no local implantado, sendo que a intensidade da coceira irá variar de acordo com a frequência emitida pelos diferentes aparelhos, como Hd's, celulares, televisores, cabos de energia, etc. (segundo relatos de usuários, o micro-ondas cria uma sensação particularmente intensa) e captadas pelo seu dedo ciborgue.

Achou inútil tudo isso para sentir apenas uma vibração na ponta do seu dedo? Pois saiba que um coletivo de biohackers batizado como Grindhouse Wetware, está trabalhando há um bom tempo no Bootlenose, um equipamento dotado de dezenas de sensores capazes de extrair informações variadas sobre o ambiente ao seu redor como sonar e wi-fi. Tais dados serão captados através de ondas magnéticas e transmitidas no implante do usuário, permitindo que ele "sinta" as informações captadas.

Outro projeto da mesma empresa é o desenvolvimento do chip Circadia. Bem maior daqules que citamos anteriormente - que têm o tamanho de um grão de arroz - ou que um simples ímã de neodímio o Circadia é algo ambicioso. A nova ferramenta promete, segundo seus desenvolvedores, identificar dados diversos do corpo do usuário, como temperatura corporal, e repassalos diretamente para um smartphone através do Bluetooth. Para conhecer melhor os projetod da Grindhouse Wetware clique aqui e visite o site oficial do projeto. 

Com essas novas aplicações a coisa começou a ficar interessante, certo? E as possibilidades não param por aí, Eric Boyd, co-fundador do StumbleUpon, ferramenta de bookmarks criada em 2001 e um dos maiores sucessos do boom da internet do início dos anos 2000, e, hoje, desenvolvedor da startup Sensebridge, afirma que qualquer sensor eletrônico pode ser teoricamente adaptado para emitir sinais para um implante magnético. Imagine um ímã que vibre de acordo com a precipitação de chuva e com a umidade do ar, ou então que vibre de acordo com o calor do ambiente, pronto, você tem uma central meteorológica na ponta do seu dedo, literalmente. As possibilidades são infinitas.

E essas são as únicas aplicações do biohacking? Não, elas também estão sendo criadas para ajudar cada vez mais os seres humanos que nasceram com algum tipo de limitação. Neste cenário não poderíamos deixar de citar o caso de Neil Harbisson, fundador do instituto Cyborg Foundation, que tem o objetivo de incentivar pesquisas nesse segmento e promover debates acerca dos direitos dos ciborgues. Harbisson foi movido a criar a fundação por um motivo específico: ele nasceu com acromatopsia, uma doença que limita sua visão e só lhe permite enxergar em preto e branco.

Levado por essa condição, Juntamente com outros pesquisadores, o artista desenvolveu o Eyeborg, um aparato que "traduz" cores em diferentes ondas sonoras. Fixado permanentemente na cabeça de Harbisson, o instrumento mudou para sempre sua vida e abriu o leque para que outras pessoas possam sonhar em seguir o mesmo caminho que ele e melhorar sua qualidade de vida através de implantes cibernéticos.

E aí, leitor, o que achou? Teria coragem de implantar um chip em sua mão? Acredita que em breve a ciência vai solucionar um problema que você tem sem eu corpo hoje? Tem uma ideia legal que poderia ser desenvolvida? Deixe aqui nos comentários.

Fontes: Tecmundo, PBS, Neil HarbissonGrindhouse, Dangerous Thing.