A Apple, ao lançar seu novo iPhone, destacou um dos pontos que mais gera preocupação por parte dos usuários, ou seja, a privacidade. Assim, o novo smartphone conta com um algoritmo em seu sistema operacional que faz com apenas os usuários tenham acesso aos conteúdos protegidos. Sendo assim, a Maçã não pode fornecer informações nem sob ordem judicial.

Tim Cook, CEO da Apple, explicou a novidade nas mudanças da política de privacidade. "Diferentemente dos nossos concorrentes, a Apple não vai passar por cima da sua senha e, consequentemente, não pode acessar esses dados. Tecnicamente, já não poderemos cumprir as solicitações do Governo para capturar dados de aparelhos em poder dos clientes, desde que tenham o iOS 8 instalado". 

O único modo de acessar conteúdos protegidos do aparelho é mesmo através da senha. Anteriormente, somente o endereço de email terminado em @me.com, uma conta oferecida pela própria Apple, contava com tal proteção. Agora, porém, a função é estendida às mensagens, calendários, contatos e fotos.

Jaime Blasco, diretor da empresa de segurança Alienvault, explica a importância da mudança: "Antes do iOS 8, os dados já estavam cifrados, mas a Apple contava com uma senha mestra para se sobrepor. Caso a NSA, o FBI ou a polícia pedissem, eles acessavam. Mas essa senha já não existe mais. Só poderá haver acesso com a senha do dono ou com sua impressão digital".

Porém, o que parece bastante importante e necessário para alguns, gerou desconfiança por parte de outras pessoas. O diretor do FBI, James B. Comey, por exemplo, se mostrou preocupado. Durante uma conferencia de imprensa, na última quinta-feira, sobre a luta contra o Estado Islâmico, ele disse que "preocupante o fato de empresas fazerem propaganda de algo que permite às pessoas ficaram fora do alcance da lei". Comey citou os vários casos de sequestro, em que o conteúdo armazenado no telefone do criminoso pode ajudar no resgate da vítima.