Impossível andar pelas ruas, shoppings e quaisquer lugares sem se deparar com crianças e adolescentes portando seus respectivos aparelhos eletrônicos (smartphones, tablets, notebooks ou todos juntos). É comum também pensarmos que estamos no auge da utilidade destes meios para fins diversos, como trabalhar, estudar, fotografar e interagir.

Pois é exatamente sobre interagir que uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia mostrou que quanto mais interações digitais as crianças e pré-adolescentes têm, menor é a capacidade de captar emoções em "carne e osso".

A pesquisa utilizou dois grupos de jovens, um deles - com 51 pré-adolescentes - passou por um período de cinco dias num acampamento sem portar nenhum meio de comunicação digital. Já o outro, composto por 54 jovens teve de passar os mesmos cinco dias com uso natural dos aparelhos eletrônicos e mídias digitais.

Os testes foram realizados antes e depois do acampamento a fim de registrar a capacidade de identificar emoções através de imagens e vídeos contendo expressões faciais de adultos e crianças.

Resultado

A pesquisa mostrou que os jovens que estiveram no acampamento, tiveram um aumento significativo na percepção de emoções e expressões faciais depois do período distante dos eletrônicos. O grupo do acampamento reduziu a média de erros de 14 para 9, nos testes antes e pós o período, respectivamente. Na porcentagem, a média de acertos para quem passou cinco dias longe de aparelhos eletrônicos subiu de 26% para 31%.

Apesar da pesquisa apontar uma significativa melhora, não há como provar que o tempo livre de eletrônicos é a prova destas alterações.

Em e-mail com a redação do Huffington Post, Yalda Uhls, pesquisadora da UCLA, disse o seguinte:

Não podemos ter certeza de que foi o tempo longe dos eletrônicos, no entanto, nós acreditamos que o tempo longe dos aparelhos significa que eles tiveram mais cara a cara e que isso contribuiu para a melhora. O estudo pareceu sublinhar a intuição de muitos pais.", disse.

Por fim, os pesquisadores aconselham que os pais dediquem tempo livre de mídias sociais e digitais com os filhos, passando mais tempo interagindo face a face com eles.

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Fonte: Huffington Post e Science Direct