De acordo com a RSA Research, divisão de cibersegurança da multinacional EMC, o golpe virtual que modifica boletos bancários para desviar pagamentos de contas pode ter arrecadado uma quantia no valor de US$ 3,75 bilhões (R$ 8,75 bilhões) desde 2012. O caso foi publicado nesta quarta-feira (3) pelos jornais Folha de São Paulo e New York Times.

Conforme publicação da RSA, no total, 34 bancos espalhados por alguns países foram afetados pelo golpe, que é investigado pelo FBI e pela Polícia Federal. O Brasil é o principal alvo dos golpistas, segundo a RSA.

"A PF está tomando todas as medidas necessárias na investigação desses fatos. A investigação obviamente corre em sigilo e, no momento oportuno, quando chegarmos a outras conclusões ao longo das investigações a sociedade será esclarecida dos fatos", afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Os ataques tinham como funcionamento o seguinte: O internauta, ao abrir anexos em e-mails ou mesmo mensagens em rede sociais, um malware acabava sendo instalado no computador, chamado de "Bolware".

Com isso, os boletos que eram enviados ao usuário, acabavam sendo interceptados pelo Bolware, que modificava as trilhas do código de barras. Assim, o destinatário do dinheiro não seria mais a empresa que estava cobrando, mas sim os golpistas.

"Enquanto os fraudadores por trás da operação podem ter tido a possibilidade de sacar o dinheiro desses boletos modificados, não é conhecido exatamente quanto desses boletos foram realmente pagos pelas vítimas e se todos esses fundos foram direcionados com sucesso para as contas bancárias controladas pelos fraudadores", escreveu Eli Marcus, da RSA.

Para evitar ser a próxima vítima do golpe, as dicas são as mesmas de sempre, ou seja, não clicar em anexos desconhecidos, não abrir e-mails de pessoas desconhecidas e manter um bom antivírus sempre atualizado.