Veja o review do Moto G da segunda geração aqui.

Segundo filho da fusão entre Motorola e Google, o Moto G segue os traços do irmão rico. Juntos eles têm as mesmas dimensões e até aquela curvatura na capa traseira - que torna o manuseio do aparelho bem confortável. A ideia das empresas - que agora são uma só - é clara: fornecer smartphones com desempenho considerável por preços mais acessíveis. O primeiro passo ocorreu com o Moto X, cujo desempenho é impressionante e o preço está bem abaixo dos top de linha. Vale lembrar que o Moto X não tem a intenção de ser o melhor aparelho do mundo, mas sim de fazer muito bem aquilo a que é proposto.

Da mesma forma o Moto G foi criado para chacoalhar o mercado de smartphones de baixo custo, com capacidade para desenvolver todas as funções dos top de linha. É claro, sem a mesma eficácia e rapidez. Mesmo assim você vai ver, a seguir, que o "G" é uma das grandes opções de baixo custo apresentados no mercado.

Caixa

O Moto G tem uma caixa simplista, compacta e bonita. Dentro dela, estão o aparelho, cabo de transferência de arquivos/energia, conector para tomada, fones de ouvido e os manuais. O carregador do Moto G é preto e não acompanha duas entradas USB como no "X", no entanto este detalhe não chega a ser uma "tristeza". Os Fones de ouvido seguem a mesma premissa do Moto X: são muito ruins, nada anatômicos, chegavam a doer por causa do mal acabamento (pelo menos nos meu ouvidos).

Design

Como já disse antes, o Moto G é quase idêntico ao seu irmão "X", com resalvas que você vai ver a seguir. No tamanho eles são quase iguais: tem altura de 129,9mm x 65,9 de largura e 11,6 de espessura; levemente maior que o Moto X, mas isso não significa que a tela seja maior.

Na parte frontal do aparelho, a câmera de 1,3 Megapixels e o auto-falante. Numa das laterais estão os botões de ligar e o de volumes. Uma das diferenças está na outra lateral, onde não há slot para inserir o nanochip; na verdade o Moto G utiliza MicroChip (até dois) que são inseridos na traseira do dispositivo, sobre a tampa, que é removível.

Quero falar em específico da parte traseira, cuja capa pode ser sacada para inserção dos microchips e também proporciona a visualização da bateria, algo "impossível" no Moto X. Outro detalhe importante é o material usado para a fabricação da capa traseira do Moto G, plástico liso e fosco, escorrega fácil e risca com a mesma facilidade, além de marcar as impressões digitais.

Lembra que no Moto X a capa era feita de um material semelhante ao Kevlar? Além de muito bonito, passava mais segurança quanto a deslizamentos ou riscos. Veja a comparação:

Confesso que tive bastante dificuldade para retirar a capa. Sinal que ela é feita para não sair com facilidade; a dica para isto é colocar o dedão no símbolo da Motorola, nas costas do celular, e então forçar com outro dedo - da mesma mão - puxando a capa pelo espaço para colocar o cabo USB.

A Motorola também está idealizando a venda de capas coloridas para o Moto G, a ideia de trazer ao mercado uma opção de aparelho com várias capas coloridas para diversificar e personalizar é bastante interessante.


Foto: Motorola

Fora a parte de remoção da capa e o material diferente, o restante das características da parte traseira é a mesma com os dois aparelhos da mesma "frota" Motorola/Google.

Hardware

Você dificilmente vai encontrar, no mercado atual, um aparelho por menos de 700 reais com um processador Snapdragon 400 quad-core de 1,2 GHz, 1GB de RAM e GPU Adreno 305. O nome soa melhor que o Snapdragon Dual Core de 1,7 GHz que companha o Moto X, mas o Moto G não tem oito núcleos de processamento, fato que o torna inferior ao "maninho". O Moto G tem quatro núcleos Cortex-A7. Na prática, levando em consideração a faixa de preço, você nem nota uma diferença significativa. O Moto G é bom no que faz.

É possível ver na prática que a configuração é excelente para esta faixa de preço, jogos pesados, redes sociais sempre ligadas, e-mail atualizado e outro aplicativos em funcionamento moderado são suportados com tranquilidade. Reforço que você deve sempre manter o bom senso e pensar no Moto G como um aparelho de custo considerado baixo, logo, temos em mãos um dos mais eficientes e rápidos aparelhos deste segmento. A memória RAM de 1GB trabalha junto com o processador para deixar todo este trabalho consistente e contínuo.

O Moto G possui opções de 8GB e 16GB de memória para armazenamento, nada mais. Não há slot para acrescentar um microSD ou qualquer outra forma de armazenamento; o modelo que testamos é o básico. Este problema também é acusado no Moto X e parece-me que a Motorola quer que o usuário invista em armazenamento em nuvem, como o Google Drive.

Display

Se no tamanho físico os dois aparelhos da Motorola se equivalem, é na tela que as diferenças existem. O Moto G tem um display de 4,5 polegadas. Diferente do Moto X, a tela não chega perto das laterais, há pelo menos 3mm de espaço entre o display e a aresta do aparelho. Outro detalhe está na parte inferior, o Moto G tem mais espaço "morto". A tela tem resolução de 720 x 1280 pixels.

Como o material para a fabricação do aparelho é de menor qualidade perante os top de linha - no caso do Moto G, um display em LCD - a tela pode sofrer escoriações e arranhões conforme você o utiliza, nada que danifique a visualização da tela ligada, mas de fácil percepção quando a mesma encontra-se totalmente escura. Já a tela do Moto X é a famosa AMOLED, que não risca com tanta facilidade.

Câmera

Se há um ponto onde devemos criticar o Moto G é na câmera. Bom se as fotos do Moto X já não eram lá estas coisas, a tecnologia empregada no Moto G é ainda inferior. Se você gostaria de um smartphone com uma sistema potente de fotografia, sabes de antemão que precisa investir um pouco mais de grana.

No entanto, não há motivos para "largar" o Moto G, com uma câmera de 5MP, as fotos produzidas pela câmera estão no padrão aceitável e digno para a faixa de preço pelo qual ele é vendido, registrar um momento de união ou um fato para mostrar nas redes sociais não vão lhe dar dores de cabeça. Apesar disso, dependendo do ambiente e iluminação, as imagens ficam "pixelizadas".

Na foto acima você pode ver uma comparação - eu diria esdrúxula - simples de uma foto com o Moto G "contra" um Galaxy S (sim, o primeiro, antigão). A imagem captada pelo Moto G tem mais detalhes de coloração/saturação, enquanto a do Galaxy S é mais nítida. Agora, se ampliarmos a foto ao tamanho total, aí podemos ver que a foto não é tão qualificada assim. Veja:

Exibição de fotos e vídeos

Quando a exibição, o Moto G utiliza a galeria padrão do Android para exibir tanto vídeos como as fotos. Assim como no seu irmão rico, não há um tocador de vídeos específico, mas isso não é motivo para pânico. Lembrando que você pode utilizar o Google Play para fazer download de várias opções para tocar um vídeo, se for do seu interesse. Apesar disso, o album padrão Android funciona com perfeição; veja a screenshot do filme Capitão Phillips:

Música

O Google parece mesmo querer que seus usuários utilizem o Google Play Music para salvar e curtir seu som preferido, o aplicativo que funciona também como streaming de músicas é o tocador "default" para ouvir músicas. Depois de acostumar-se com o app, fica muito bacana a sua experiência com o mesmo. Confira a imagem:

Porém, os fones, ahh os fones... Deixam a desejar novamente. Bem como no Moto X, os fones de ouvido que acompanham o Moto G são "catastróficos". Posso estar fazendo um drama aqui, mas com certeza a qualidade deste complemento poderia ser melhor.

Software

O Android 4.2.2 Jelly Bean está enxuto e simples no Moto G, desempenhou todas as funções exigidas sem muito sofrimento. Aquelas travadas comuns em Android só ocorrem se você forçar muito com aplicativos, jogos, câmera, players de vídeo, etc.

Apesar do sistema já ser bastante interessante, é claro que todos os usuários querem ter a versão mais recente do Android, estamos falando da versão KitKat 4.4, que está sendo liberada gradativamente para todos os Moto G do mercado brasileiro. A liberação já ocorre desde o dia 30 de janeiro de 2014. Com a atualização, todos ganham mais desempenho e o Moto G ganha ainda mais pontos a favor na hora de avaliarmos um smartphone da faixa dos R$ 700.


Foto: AndroidCentral

Apps Brasileiros

Como o Moto G é fabricado no Brasil, segundo a lei federal, recebe algumas isenções fiscais caso tenha pré-instalado alguns apps nacionais. No Moto G temos logo na tela inicial estes apps. Confira a imagem:

É uma verdadeira pena que a Motorola não tenha usado das mesmas tecnologias em seus dois filhos com o Google, sendo assim, falta ao Moto G um assistente pessoal como no Moto X. A ele resta apenas as funcionalidades habituais do Google Now (que estão presentes em todos os outros aparelhos equipados com Android acima da versão 4).

Experiência de Uso

Confira agora a experiência de uso feita pelo Nícolas Müller, fundador aqui do Oficina da Net, que comenta abaixo o que foi bom e o que achou ruim: 

O smartphone da Motorola, batizado de Moto G, me fez repensar que aparelho usar. Comparado com o meu ultrapassado iPhone 4, o Moto G, deu um banho de performance no antigo iPhone. Hoje a performance de um aparelho é um dos principais motivos pela troca, e o Moto G, apesar de ter hardware inferior ao seu irmão rico Moto X, veja o Review do Moto X, mostrou-se com competitivo comparado com os novos aparelhos top de linha. 

Para fazer o teste, usei o aparelho por uma semana. Deixei meu iPhone em casa e passei a usar apenas o Moto G, instalei os apps que costumo usar, dentre eles, Facebook, WhatsApp, Twitter, Runtastic e o Battlelog do BF4. O Android, é um sistema muito estável e me permitiu notar apenas uma agilidade maior por causa do hardware do Moto G, consegui operar todos os apps, importei todas as minhas contas de e-mail, agenda, contatos etc, tudo de forma simples e organizada. 

Com meu uso diário e normal, a bateria se mostrou bem resistente, foi preciso carregar três vezes o aparelho, uma destas por motivo de uso constante, a grosso modo, a bateria dura entre dois a três dias, em uso normal (wi-fi e 3G ativos, chamadas, emails, facebook, whatsapp).

Gostei do tamanho da tela, 4,5 polegadas e resolução 1280x720, faz o tamanho da tela se tornar bastante útil. 

A qualidade da chamada foi boa, com poucos ruídos e volume regular você consegue uma comunicação quase perfeita. Tive alguns problemas apenas com o sinal de "GPS" no aplicativo de bike que usei, o aparelho parou duas vezes de monitorar o trajeto em que percorri, muito embora este problema talvez possa ser culpa da comunicação entre o hardware e software, mas enfim, para quem gosta de monitorar suas atividades físicas, uma parada no meio do treino é algo terrível, mas como estava em fase de testes, o problema foi perdoado. 

A aparência do Moto G é muito similar ao Moto X, que na minha opinião é um design elegante e agradável. 

Dois chips: A ideia de implantar dois SIM cards foi boa, apesar de eu não ter duas linhas de telefone, seria um aparelho ideal para vendedores, que precisam ter um aparelho pessoal e um aparelho para o emprego. 

Nem tudo são flores: a câmera do aparelho é ruim, jamais comparada com a do Moto X. As fotos com pouca luminosidade perdem até para o iPhone 4. Nos testes que fizemos com o Moto X, o assistente pessoal "Ok, Google Now" era excelente, usávamos bastante ele, como é um recurso exclusivo do Moto X, talvez por enquanto, foi algo que sentimos falta no Moto G. Embora o Moto G, seja um smartphone de baixo custo, comparado com os demais, poderia ter esta interação que foi bem aproveitada no seu irmão. 

Este seria um aparelho que eu compraria, o custo/benefício dele é grande e permite que você faça tudo que um outro celular top de linha faça. Certamente é a minha indicação de smartphone para quem nunca teve um. [relatorio]