Venture Capital é basicamente uma classificação de capital de risco, onde um investidor aplica em um negócio. Funciona como uma espécie de subsídio que o pequeno empreendedor recebe para viabilizar a sua criação e transformá-la em rentável. Este investimento geralmente é feito para fazer com que a empresa cresça rapidamente e multiplique seus rendimentos em pouco tempo.

O conceito de Venture Capital, esta inovação em matéria de incentivos à pesquisa e à desenvolvimento de produtos, recebeu no Brasil investimentos principalmente através de entidades governamentais. No entanto, a maioria destas ainda não fazem aportes (ou subsídios), a depósitos exclusivos de patentes ou registro de novas tecnologias; a sua ajuda consiste mais no desenvolvimento de negócios que envolvem tecnologia de ponta.

Em muitos casos este investimento é feito em Startups, ou até mesmo em ideias não implementadas, porém nestas, há um maior de incertezas relacionadas ao sucesso e rendimento do negócio, tornando o seu investimento de risco. E este risco, por sua vez, consiste em investir e apostar em empresas ou ideias que se especulam terem grandes valorizações futuras que, entretanto, não se sabe quando haverá retorno. Normalmente essas empresas estão em fase de iniciação no mercado, de expansão ou até de mudança na direção.

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Existem, hoje, Sociedades de Capital de Risco especializadas que realizam este tipo de investimento, além de contribuírem como gestoras e conselheiras no assunto. O objetivo destas, portanto, é participar temporariamente do capital de empresas cuja natureza não seja imobiliária ou financeira, visando, ao final do investimento, a obtenção um benefício (lucro).

Histórico

O primeiro movimento que surgiu para a formação do capital de risco, ou venture capital, no mundo foi a partir de 1946, com a criação de empresas nos Estados Unidos, que tinham como objetivo fornecer assistência e aporte financeiro aos empresários ali presentes, em troca de ganhos de capital. Esse movimento pioneiro visava basicamente à empresas de base tecnológica e de inovações, que produziam maiores retornos aos investidores.

Nos últimos vinte anos, o venture capital se disseminou por toda a esfera mundial. Nos dias atuais, as empresas americanas operam em pelo menos quarenta nações, além de existir um número crescente de empresas que estabeleceram escritórios e investimentos em vários países, iniciando a difusão internacional da atividade.

Atualmente, os casos de mais sucesso, decorrentes de investimentos estruturados a partir da modalidade de capital de risco, e que foram mundialmente conhecidos são: 3Com, AMD, Apple, Cadence, Google, Intel, Oracle, Netscape, Silicon Graphics, Yahoo, dentre outros.

No Brasil, chegou em 1974 com a ajuda do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) que criou três subsidiárias voltadas para esta atividade, que seriam fundidas em 1982, sob o nome BNDESPAR. Já em 1976, surgiu a primeira gestora privada, a Brasilpar. O setor ficou estagnado por alguns anos. Entre 1981 e 1993 surgiram seis organizações, mas o grande ciclo deste setor, no Brasil, iniciou-se após a estabilização monetária, com forte expansão no período 1999-2001. O pico ocorreu em 2000, quando 13 organizações entraram no mercado.

Segundo a NVCA (National Venture Capital Association), uma associação comercial que representa a indústria de capital de riscos nos EUA, enumera seis pilares básicos que podem representar a estrutura de base estratégica desta modalidade de investimento:

  1. Ter uma orientação de longo prazo.
  2. Auxiliar o desenvolvimento de novos produtos ou serviços.
  3. Adicionar valor para a empresa através de uma participação ativa.
  4. Compra de valores mobiliários de capital representativos.
  5. Tomada de riscos mais elevados com a expectativa de maiores recompensas.
  6. Financiar novas empresas e de crescimento rápido.

Adquirindo um Venture Capital

No Brasil, este investimento pode prover de diversas fontes, como: Investidores Anjo, Sociedades de Venture Capital, Fundos de Investimento, entre outros. Sabe-se, como já era de se esperar, que o processo para obtenção destes recursos são complexos e longos, principalmente no que tange a inventores e pesquisadores independentes, que não estão habituados as ações necessárias para se lançar no mercado, a linguagem empresarial utilizada no meio e aos processos burocráticos que envolvem toda esta questão.

Durante o evento iMasters Intercon 2008, Daniel Heise - empreendedor profissional brasileiro e fundador da DirectTalk - disse que você só deve pegar o investimento após ter um modelo de negócio funcionando, sua empresa precisa estar faturando algum dinheiro. Além do conhecimento e networking, uma das principais vantagens que o investidor traz pra sua empresa é tempo; o investimento pode fazer sua empresa viajar pro futuro.

Enfim, as empresas brasileiras encontraram no Venture Capital uma boa chance de expandirem seu mercado de atuação, tanto como buscar novos, e a presença destes investidores foi de suma importância para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas cuja base é a tecnologia. No entanto, deve-se estar ciente de que apenas uma ideia, sozinha, não sustenta uma bom investimento, este necessita de embasamento mais sólido, ou até mesmo um protótipo funcional, para que possa ser analisado, viabilizado e lançado publicamente.