Um pequena palavra com grandes conceitos, dependendo da perspectiva, do ambiente e dos atores/audiência. Acho que compliquei mais do simplifiquei o conceito.

Mas no entanto, é isso que ocorre hoje. Inovação é uma das palavras da "moda" (buzzword). Como tal, aparecem vários gurus criando novos enfoques e insights em cima de um conceito básico. A inovação pode ser pequena, incremental, grande ou causar uma disrupção.

Invenção é quando se tem uma idéia e não existe, necessariamente, uma aplicabilidade para ela, ou não se criou valor. Inovação é quando se cria algo novo e existe uma aplicabilidade para isso, e quando se cria valor com essa idéia nova.

Pode-se inovar em produtos, serviços, processos, modelos de negócios, por exemplo. Vivendo na era do conhecimento, logo, inovação torna-se a ordem do dia.

Como inovação é um termo genérico, vários estudiosos "segmentaram" alguns tipos de inovação. Abaixo, cito alguns exemplos que acredito que sejam mais significativos, dessa segmentação ou, talvez melhor, linhas de pensamento.

Open Innovation - Inovação Aberta
Henry Chesbrough cunhou este termo em 2003, criando um novo paradigma que contrasta com o modelo de desenvolvimento de inovações em ambientes fechados. Isto é, o senso comum é que o desenvolvimento das inovações, dentro das empresas, deve ser em ambiente controlado e sigiloso, sem participações externas e para criar valor para própria empresa.

Com o conceito de inovação aberta o resultado das pesquisas atravessa a fronteira da empresa e pode ser:

  • licenciada para outras empresa utilizarem,
  • utilizada para a formação de novas ventures,
  • utilizada para spin-offs ( formação de novas empresas).


A figura abaixo ilustra o processo (clicar na imagem para a ver maior).

Fig. 01 Prof Henry Chesbrough UC Berkeley, Open Innovation: Renewing Growth from Industrial R&D, 10th Annual Innovation Convergence, Minneapolis Sept 27, 2004.

Disruptive Innovation - Inovação Disruptiva
Inovações disruptivas criam novos mercados ou remodelam os mercados existentes entregando inovações a baixo custo, convenientes e relativamente simples para um segmento de clientes que é ignorado pelas grandes indústrias. Essa falta de interesse, geralmente, é devida a margens de lucro mais estreitas ou porque a inovação não atende as necessidades dos melhores clientes, dessa indústria.

Alguns princípios estratégicos, para quem for desenvolver inovações disruptivas:

  • quando do desenvolvimento da inovação, a estratégia deve incorporar um aprendizado dinâmico e um rápido ajustamento,
  • foco na ação imediata com base em informações rápidas e de fácil acesso para desenvolver autoconfiança no plano estratégico,
  • levar em contas dois pontos básicos: 1) ser impaciente com o lucro e paciente com o crescimento do negócio. 2) a escassez é uma vantagem para o empreendedor,
  • a estratégia planejada não é estática, deve ser revista e atualizada constantemente, premissas originais podem não ser mais válidas e novas podem surgir,
  • devem existir pontos de verificação (métricas) para acompanhar e corrigir qualquer processo que não esteja se desenvolvendo de acordo com o esperado.

Systematic Innovation - Inovação Sistemática
Um conceito interessante e que é uma sugestão para as empresas que estão com dificuldades para implementar a inovação disruptiva por constrangimentos organizacionais, culturais, resistência à mudança do status quo, entre outros aspectos. Ou seja, com um problema sistêmico. Logo, a perspectiva é abordar a questão de forma sistêmica e, para tal, é utilizada uma analogia com os sistemas ecológicos. Abaixo está uma figura demonstrando o conceito (clicar na imagem para a ver maior).

Espero que tenha conseguido passar uma visão sobre o que é inovação e algumas diferentes perspectivas de como é analisada, nos dias de hoje.

Referências:
http://www.innosight.com
http://www.innosight.com/innovation_resources/strategy_and_innovation.html
http://www.mckinsey.com/mgi
http://openinnovation.haas.berkeley.edu/
http://www.davidkhurst.com/Crisis-and-Renewal.pdf